“Analisar o que foi feito e perceber o passado é de extrema importância para identificar coisas menos conseguidas e ajudar a tomar melhores decisões no presente, tornando o futuro mais seguro…”
Decorria o mês de fevereiro de 1932, quando um grupo de Tabuacenses se reuniu e decidiu propor à Comissão Administrativa Municipal a criação da Corporação dos Bombeiros Voluntários de Tabuaço.
Nas pesquisas que fizemos podemos quase afirmar que já estes grupos de Tabuacenses já existiam desde o final do seculo anterior, pelo menos no ano de 1897 e já nesse tempo ajudavam as pessoas na extinção de incêndios nas habitações.
A Bomba Manual existente e que era usada por eles, foi construída em 1887, segundo a data que podemos ler na inscrição lateral, onde consta também a empresa que a fabricou.
Primeira Bomba Manual dos Bombeiros Voluntários de Tabuaço – 1897 (Totalmente restaurada pelo Bombeiro José Queirós em 2007) Primeira Bomba Manual dos Bombeiros Voluntários de Tabuaço – construída em 1897 (Totalmente restaurada pelo Bombeiro José Queirós em 2007) Primeira Bomba Manual dos Bombeiros Voluntários de Tabuaço – construída em 1897 (Totalmente restaurada pelo Bombeiro José Queirós em 2007) No entanto foi apenas em fevereiro de 1932 que esse grupo de pessoas decidiu formar e fundar a Corporação de Bombeiros Voluntários de Tabuaço, legalizando a situação.
Essa legalização dependia da aprovação da Comissão Administrativa Municipal, cujo Presidente era o Sr. António Augusto da Silva Barradas.
Não temos registo do teor do ofício enviado por esse grupo de Tabuacenses à Comissão, no entanto no copiador geral de correspondência expedida da Comissão Administrativa Municipal de Tabuaço, entre 1931-1934, encontramos registo que no dia 3 de Março de 1932 foi enviado pelo Presidente da Comissão um oficio dirigido à Direção dos Bombeiros, nos seguintes termos:
“Comunico a V. Exa que a Comissão da minha presidência viu com agrado a constituição da Corporação que se dignaram comunicar em ofício de Fevereiro findo, e a escolha do Exmo Sr. Dr. António Augusto Macedo Malheiro para Comandante da mesma Corporação. Também comunico que ela me encarregou de pôr à disposição de V. Exa todo o material para extinção de incêndios, que está na nossa posse, e de informar que não subscreve desde já, com o subsídio que V.Exas desejam, por não ter para isso verba no orçamento actual, mas inclui-la no primeiro orçamento que organizar.”(texto retirado do copiador geral de correspondência expedida da Comissão Administrativa Municipal de Tabuaço, entre 1931-1934)
O material de extinção de incêndios, a que se refere o ofício dirigido à Direcção dos Bombeiros, era sem dúvida o Carro de Bomba Manual, que no ano anterior tinha sido alvo de um serviço de manutenção no valor de 35$30 (trinta e cinco escudos e trinta centavos). (conforme consta no Livro de Actas da Comissão Administrativa Municipal de Tabuaço, na pág.7)
Portanto, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Tabuaço, ficou formalmente legalizada e viu simultaneamente constituído o Corpo de Bombeiros, em 3 de Março de 1932, sendo o seu primeiro Presidente o Dr. Manuel Moutinho e o seu primeiro Comandante o Dr. António Augusto Macedo Malheiro.
Podemos dizer então que se tornou realidade o sonho daqueles homens que puxavam e arrastavam a força de braços as “viaturas” de então, que retiravam as bombas desses carros quando tinham que entrar em vielas mais apertadas e as transportavam à mão, para ocorrer as situações de incêndios urbanos, para depois também com a força de braços, faziam a bomba funcionar e “bombear” a água até à ponta da agulheta, e dependia da força dos seus braços a força com que a água chegava ao seu destino.